O Plano Piloto da Nova Capital do Brasil – Brasília, ainda era um sonho, mas o arquiteto Lúcio Costa – responsável pela ponte urbanística da cidade, a mando do Presidente Juscelino Kubitschek – já tinha previsto a criação de uma sociedade recreativa, à beira do futuro Lago Paranoá. Com isto em mente, às 20 horas do dia 12 de setembro de 1959 (aniversário de JK) na Sede Social do clube Paranoá (antiga Novacap, hoje, Candangolândia), onze pioneiros da construção de Brasília se reuniram com o propósito de fundar o Iate Clube de Brasília. Estes pioneiros eram: Ernesto Silva, Leo Sebastião David, Caio Brandão Caiubi, Adeildo Viegas de Lima, Aloysio de Carvalho Silva, Agnelo Paz Sobreira, Antônio Alfredo Paranaguá de Almeida Brandão, Moacir Moreira de Andrade, Eloysio de Carvalho Silva, Francisco José Meinberg e Álvaro Alberto Sampaio, que hoje, mais uma vez, conta a verdadeira história e traz à tona fatos, datas, fotos e revela os responsáveis pela transformação de um sonho em r
“Era uma época de muita seca em Brasília e estávamos determinados a criar um clube do jeito que todos nós imaginávamos.” Naquela mesma noite, convocamos o Dr. Ernesto Silva, que era um dos diretores da Terracap, para coordenar os nossos trabalhos, sendo eu convidado para secretariar a reunião e anotar todas as providências necessárias para organizar, juridicamente, o desejado Clube, sendo uma associação civil por cotas, sem fins lucrativos ou políticos, com o objetivo principal de estimular e desenvolver os esportes náuticos entre os associados. Em seguida, elegemos uma comissão organizadora responsável pelo “caminhar” do Clube, até que se atingisse um total de cinquenta sócios proprietários, quando, então, seria convocada uma Assembleia Geral, para a eleição de uma Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal.
A sede provisória ficou sendo o número 2125, da Avenida Central, do Núcleo Bandeirante, antiga Cidade Livre, sendo que o Estatuto do Iate Clube de Brasília foi registrado pelo Fundador Agnelo Paz Sobreira, no dia 17 de setembro de 1959, no Cartório da Comarca de Planaltina, livro B1, sob o número 19, e publicado no Diário Oficial do Estado de Goiás, no dia 19 de setembro de 1959, às folhas 2,3,4 e 5.
Nessa época, lembro-me, os pioneiros, ou candangos como eram chamados, trabalhavam vinte e quatro horas por dia, em três turnos de oito horas, até mesmo nos sábados, domingos e feriados, para que Brasília – sonhada pelo Padre Bosco – pudesse ser realidade inegável, sob a grande força propulsora trazida constantemente a este local, pelo espírito inconfundível do Presidente Juscelino Kubitschek. Tudo era poeira e progresso, e orgulhosos, vivíamos sob um slogan: “Enquanto você dorme, Brasília cresce”. O local do futuro Iate era, como não poderia deixar de ser, puro mato. Em nossas mentes, muitos projetos. Mas foi logo após a inauguração de Brasília (21.04.1960) que fomos procurados pelo Sylvio Pedroza, então subchefe da Casa Civil da Presidência da República, que tinha sido designado pelo Presidente Juscelino, com a missão de constituir o Iate Clube de Brasília. Quando foi fazer o registro de uma segunda ata de fundação do Iate, no mesmo cartório de Planaltina (único da época), o escrivão mostrou os documentos de um Iate Clube de Brasília que já existia em registros, desde setembro de 1959.,
Foi então que Sylvio Pedroza nos apresentou as duas atas de constituição do Iate que tinham sido lavradas nos dias 05 e 07 de abril de 1960, em uma das dependências do Brasília Palace Hotel (próximo ao Palácio da Alvorada), sendo estas subscritas por ministros do então Governo e por alguns amigos íntimos* do Presidente Juscelino. Naquela ocasião, nos disse que a minuta de um Estatuto do Clube já tinha sido redigida e que também o seu grupo já havia designado uma Comissão Organizadora, composta pelo Dr. Geraldo Carneiro, pelo Dr.Newton Andrade e por ele, Sylvio Pedrosa, cabendo-lhe as providências para que os objetivos fossem alcançados. Ele nos informou, ainda, que a Secretaria do pretendido clube estava provisoriamente sediada em seu apartamento, na SQS 208, e que já tinha convidado o Sr. Antônio Cunha foi escolhido para ser o executivo do Clube e o responsável pela venda dos primeiros títulos de sócios proprietários aos funcionários graduados do governo JK, diretores e engenheiros da Novacap e das empreiteiras encarregadas pela construção da nova capital.
Assim, depois de inteirados da situação e ao analisarmos os fatos, no dia 06 de junho de 1960, na sala do fundador Agnelo Paz Sobreira, Chefe de Divisão de Contratos do Departamento Imobiliário da Novacap (Situado na W3 Sul), decidimos entrar em acordo com Sylvio Pedrosa e incorporar os reais fundadores do Iate Clube de Brasília que ainda estivessem residindo em Brasília, reservando-se também, para estes, os primeiros títulos de sócio patrimonial proprietário, cabendo-me o de n° 13. Não podíamos deixar de atender a uma solicitação do Presidente Juscelino, porque não se justificava outro tipo de posicionamento.
Depois desse acordo ter sido colocado em prática, Sylvio reuniu a nossa turma e, com o apoio do Presidente JK, distribuiu missões, iniciando com a obtenção do terreno para edificação do Iate Clube inicialmente (quarenta mil metros quadrados), por doação feita da Novacap, diante da resolução do seu Conselho de Administração, na sua 128° reunião.
A escolha do local foi registrada pela foto tirada em 30 de abril de 1960, muito bem guardado por mim, como relíquia, que estou doando ao nosso Memorial, em tão boa hora criado. Pode-se ver as figuras do Sylvio, Aloysio, Chico Mainberg, Antonio Cunha, Agnelo e eu, ladeados pelo mestre de obras e um engenheiro da construtora que, imediatamente, iria começar as obras projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, no plano original do Clube. Com a fusão das duas fundações do Iate, passou-se a considerar, o dia 05 de abril de 1960, como sendo a data da fundação definitiva do Iate Clube de Brasília. E é desta forma que Álvaro Sampaio termina a primeira parte de seu relato, nomeando a seguir, os amigos do Presidente Juscelino Kubitschek que, a seu pedido, figuraram na lista de Fundadores do Iate Clube de Brasília: Geraldo de Andrade Carneiro, Sylvio Piza Pedrosa, Newton Andrade, Aluizio Alves, Oswaldo Penido, Victor Nunes Leal, Carlos Alberto Quadros, Geraldo Gomes de Lemos, Francisco Monteiro de Almeida Filho, Lídio Lunardi, Oscar Niemeyer, José Aquino Porto, José Aparecido, Dilermando Silva, João Milton Prates, Armando Falcão, João Napoleão de Andrade, Armando Leite Rolemberg, Mauro Borges Teixeira, Carlos Murilo dos Santos, João Luis Soares, José Ferreira de Castro Chaves, Cesar Prates, Marco Paulo Rabello, Lourival Ferreira Carneiro e Antonio Augusto da Cunha (Secretário Executivo, que lavrou as Atas).
Esta história sobre a fundação do Iate Clube de Brasília foi relatada pelo Fundador Álvaro Alberto Sampaio.
A história de nossa Instituição está interligada com a construção de Brasília, pois o patrono do late é o grande idealizador da capital federal no cerrado, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que se referiu ao clube como sendo a sala de visitas da nova metrópole.
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